quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Netflix pode ultrapassar o faturamento de grandes emissoras



Não se sabe ao certo quantos assinantes o Netflix tem no Brasil. Alguns estimam que o número está entre 2,5 milhões, mas executivos de canais pagos podem jurar que o serviço alcança mais de 4 milhões de pessoas. Ao redor do mundo, são mais de 65 milhões de internautas que se confundem com telespectadores, ansiosos pela próxima maratona da sua série preferida.

Mas um número tem chamado a atenção de muita gente: só no Brasil, o sistema promete faturar mais de R$ 500 milhões até o fim de 2015. O valor, de acordo com o UOL, é maior que de grandes emissoras de televisão, como a Band e a RedeTV. Os mesmos executivos que projetam o serviço de forma gigantesca afirmam que o Netflix pode faturar cerca de R$ 1 bilhão, próximo do que o SBT, a segunda maior emissora aberta do Brasil, leva para a casa todo ano.

Com o rápido crescimento do Netflix – o serviço de streaming existe há apenas quatro anos no Brasil –, surge a inevitável discussão de regulamentação. Desde o começo de 2015, a Ancine (Agência Nacional do Cinema) quer estabelecer uma cota de séries e filmes produzidos no país. A negociação, entretanto, ainda não avançou. Enquanto isso, a empresa confirmou a estreia de 3%, uma série original totalmente brasileira, e que já está gerando grande expectativa nos fãs de seriados.

A falta de regulamentação específica gera reclamações entre as operadoras de televisão paga – se o Netflix fosse uma operadora, perderia, em questões de lucro, apenas para a NET e Sky. O serviço de streaming leva vantagem por não pagar ICMS, com valor estimado entre R$ 50 a 100 milhões, que não é pago pelo Netflix. A empresa também é isenta da taxa Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional), estimada em R$ 9 milhões.

A assessoria de imprensa do Netflix declarou que o serviço paga todos os impostos que lhe são devidos. Sobre a Condecine, a empresa informou que aguarda “para trabalhar com a Ancine enquanto eles discutem sobre os serviços de VOD (vídeo sobre demanda) e OTT (over the top)”. Oscar Simões, presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) também declarou que o Netflix pode vir a ser uma ameaça à TV paga se continuar desregulamentada. “Não temos nada contra o Netflix. Mas apelamos ao governo para que haja uma isonomia tributária”, acrescentou. Além do Netflix, a Ancine planeja regulamentar outros serviços OTT, como o iTunes.