terça-feira, 15 de janeiro de 2019

O barato sai caro

A indústria da comunicação no Brasil está passando por diversos problemas. Algumas tendências verificadas em outras realidades se apresentam aqui. Os anunciantes têm manifestado três tendências: 1) Têm buscado fornecedores eventuais, acreditando que o pagamento a menor por soluções pontuais pode resultar em economia de custos. 2) Têm tentado construir soluções in-house, acreditando que as agências não lhes dedicam a atenção necessária. 3) Têm buscado todo tipo de fornecedor "especializado", como solução para aumentar a produtividade da sua comunicação. 

Tudo errado. Na prática, o uso de fornecedores eventuais acaba aumentando os custos. As soluções in-house quase sempre acabam em rotundos fracassos, eivados de amadorismo. E a contratação de fornecedores especializados como prática constrói uma comunicação caótica, sem unidade e conceito. 

É claro que o fato de ser uma agência de publicidade  - e não uma house, um free-lancer ou especialista em alguma atividade -  não é garantia de bons serviços. Existem boas agências e más agências no mercado. Mas é verdade que ser uma agência de publicidade full-service é uma enorme vantagem competitiva frente a estas tendências do mercado. 

Em realidades onde estes problemas se apresentaram há mais tempo, como o mercado norte americano, os anunciantes já estão retornando às agências. Claro que com outros preços e dentro da nova realidade da comunicação hoje. Ou seja, agências e anunciantes tiveram de se reposicionar, rever práticas, enxugar custos, modernizar processos etc. 

As agências que têm conseguido sobreviver ao tsunami de mudanças são as que sempre atuaram e persistem como consultoras de negócios e de comunicação das marcas. 

De qualquer modo, deste processo todo ressalta um antigo ditado: O barato sai caro! E no caso da propaganda, para os anunciantes, o barato pode ser até mortal.