quarta-feira, 20 de março de 2024

Cinco Temas Quentes da Comunicação Digital no Brasil em 2024

 


Este ano promete ser quente. Não só pelas eleições, pelas guerras e pelo clima. 2024 deve ser também o ano em que, no Brasil, a comunicação digital vai ultrapassar o meio TV definitivamente e a AI começará a ser incorporada num sem número de atividades.

Com isso, deve acelerar a migração das verbas publicitárias da velha para a nova mídia. E também vão surgir muitas mudanças no mercado de trabalho, potencializando tecnologias já existentes e criando novas. A seguir, tendo como pano de fundo esse cenário, elencamos 5 temas que, em nossa opinião, serão prioridades.


1. O Reinado do Conteúdo Autêntico:

Todos estamos cansados de anúncios clichês. O brasileiro busca conteúdo autêntico e de nicho. Vídeos curtos no TikTok, podcasts imersivos e memes criativos devem dominar o ambiente digital, enquanto influenciadores genuínos avançarão na conquista da confiança dos públicos. As marcas que querem se destacar em 2024 precisam abraçar a autenticidade, mostrando sua personalidade única e criando conteúdo que gere identificação e engajamento real.

2. O Poder da Conversação:

Interação é a palavra-chave! As marcas que se comunicam de forma unidirecional estão fadadas ao esquecimento. O público brasileiro quer conversar, interagir e ser ouvido. Neste sentido, as plataformas de mensagens instantâneas, como WhatsApp e Telegram, se tornam canais essenciais para um diálogo direto e personalizado com os clientes. Chatbots inteligentes e comunidades online engajadas são ferramentas poderosas para construir relacionamentos duradouros e fortalecer a fidelidade à marca.

3. A Ascensão do "Storytelling":

Histórias cativantes têm o poder de conectar as pessoas em um nível mais profundo. O "storytelling" se torna uma ferramenta essencial para as marcas que desejam se destacar no mundo digital. Contar histórias reais, inspiradoras e relevantes para o público é a chave para gerar empatia, despertar emoções e construir uma marca memorável.

4. A Força da Personalização:

O brasileiro não quer ser tratado como um número. Ele espera experiências personalizadas e relevantes. A inteligência artificial e a análise de dados permitem que as marcas ofereçam conteúdos e serviços sob medida para cada indivíduo. Essa abordagem personalizada aumenta a satisfação do cliente, fideliza e impulsiona as vendas.

5. A Importância da Segurança e da Transparência:

Com o aumento da cibercriminalidade, a segurança e a transparência se tornam cada vez mais importantes para o público brasileiro. As marcas que desejam conquistar a confiança dos consumidores precisam investir em medidas robustas de proteção de dados e ser transparentes sobre como coletam e utilizam as informações dos clientes. A comunicação clara e honesta sobre as políticas de privacidade é essencial para construir uma relação de confiança com o público.

Conclusão:

A comunicação digital no Brasil está em constante evolução. As marcas que desejem se destacar nesse cenário dinâmico precisam estar atentas às últimas tendências e adaptar suas estratégias para atender às expectativas do público brasileiro. Autenticidade, interação, "storytelling", personalização, segurança e transparência são pilares do sucesso na comunicação digital em 2024.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

VERAZ MANTÉM O 15º LUGAR ENTRE 800 AGÊNCIAS DE PROPAGANDA NO RS

 


Pelo segundo ano, a Veraz obteve o 15º lugar no ranking regional do CENP, que classifica as agências que mais investem em mídia. No país, a posição da Veraz passou para 197.

O Ranking das Agências medido pelo CENP-Meios (**) é importante para o setor e para o mercado. No Brasil, tendo a publicidade como atividade principal, existem 36 mil empresas registradas. Cerca de 10 mil são mais estruturadas, 800 aqui no RS.

O ranking do investimento em mídia não é o único critério para medir o tamanho de uma agência de publicidade, mas é um elemento central. Ele mede o vigor da agência.

O CENP (Comitê Executivo das Normas Padrão) é o órgão do Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário brasileiro. Controla e certifica a qualidade das agências de propaganda. Reúne as maiores e melhores que atuam no país.

A certificação de qualidade emitida pelo CENP é critério para o atendimento de contas públicas. Dados os efeitos benéficos que o CENP propicia ao mercado, muitas empresas privadas têm solicitado a certificação em suas contratações.

No RS o ranking de 2022 é este:

1 PAIM

2 HOC

3 ESCALA

4 MATRIZ

5 PUBLICA (Moove)

6 CENTRO

7 COMPETENCE

8 *

9 GLOBAL

10 SPR

11 PRO TARGET

12 RBA

13 *

14 INCOMUM

15  V E R A Z

16 MERPLAN

17 CONDÃO

18 SELLING

19 *

20 *

21 *

--------

(*) Empresas que optaram por não divulgar seus nomes no ranking.

(**) Para mais informações: https://cenp.com.br/cenp-ranking/




quarta-feira, 9 de agosto de 2023

A EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO: DA PRÉ-HISTÓRIA AO HUMANO DADO








Na pandemia comecei a escrever um artigo ambicioso. Queria, em poucos parágrafos, descrever uma visão geral do desenvolvimento dos meios de comunicação e o respectivo comportamento das pessoas em cada época. Não avancei no artigo, mas consegui criar um roteiro (*) para futuramente escrever.

Minha ideia original do artigo era demonstrar que saímos na pré-história de uma situação de isolamento e luta feroz pela sobrevivência e estamos voltando agora à mesma situação. O crescimento da ultra-direita, do neo-nazismo, e a grande possibilidade de uma terceira grande guerra apontam para isso.

Em tempos de idílio com o Chat GPT, que populariza essa nova era dominada pelos algoritmos e pelas telas digitais, resolvi pedir à ferramenta que transformasse meu roteiro num artigo. Meu pedido resultou no seguinte:


A Evolução da Comunicação Humana: Da Pré-História ao Humano Dado

Desde os primórdios da humanidade, a comunicação tem sido um pilar fundamental da sociedade. Através das eras, testemunhamos a evolução da forma como nos conectamos, compartilhamos informações e influenciamos uns aos outros. Da comunicação direta dos tempos pré-históricos até a era contemporânea do "Humano Dado", cada fase revela uma jornada fascinante.

Pré-História: Humano 1.0 - O Humano Isolado

Na pré-história, os humanos dependiam da comunicação direta, do corpo a corpo, para se comunicarem. As feiras livres eram locais de interação, onde a proximidade física permitia a troca de informações. A comunicação nesse estágio era muitas vezes guiada pela força e coerção, com a formação de exércitos para estabelecer domínio.

1455 - 1995: Humano 2.0 - O Humano Analógico

A invenção da imprensa por Johannes Gutenberg em 1455 marcou o início de uma nova era de comunicação. Com a produção em massa de livros e, posteriormente, a disseminação de jornais, rádio e TV, surgiu o "Humano 2.0". A comunicação de massas se desenvolveu, mas era unidirecional, mediada pelos meios de comunicação e sujeita ao controle da opinião pública. A Bíblia de Gutenberg, que começou com 158 exemplares, contrasta fortemente com os 15 milhões de livros produzidos até 1500.

1995 - 2005: Humano 3.0 - O Humano Conectado

Na virada do milênio, a sociedade testemunhou uma mudança radical na forma como os indivíduos se comunicavam. O período entre 1995 e 2005 foi caracterizado como o "Humano 3.0", marcado pela crescente penetração da Internet, a expansão da TV a cabo e o advento dos meios de comunicação de massa. A comunicação passou de unidirecional para bidirecional, permitindo uma multiplicação de fontes de informação e o início de uma era de interatividade.

2006 - 2010: Humano 4.0 - O Humano Móvel

Com a disseminação de dispositivos móveis e a proliferação da Internet móvel e sem fio, o período entre 2006 e 2010 foi caracterizado pelo "Humano 4.0". As barreiras geográficas foram superadas, e cada cidadão tinha a capacidade de emitir sua própria mensagem, resultando em um idílio digital de interatividade. A comunicação digital floresceu, levando a uma transformação na maneira como as pessoas compartilhavam informações e se conectavam.

2010 - 2013: Humano 5.0 - O Humano "Onipresente"

A década de 2010 trouxe o "Humano 5.0", uma fase em que as redes sociais organizaram comunidades em uma escala global. A Internet se tornou uma presença constante na vida das pessoas, acompanhada por mídias de massa e TV interativa. O surgimento de "manadas" e a segmentação das redes sociais permitiram uma experimentação social sem precedentes, levando a uma comunicação multicanal que transcendia fronteiras.

2013 - 2016: Humano Rede - O Humano Manada / Indivíduo Solitário

Durante este período, testemunhamos o nascimento do "Humano Rede", onde as redes sociais desempenharam um papel central na forma como as pessoas se comunicavam e se organizavam. O marketing de redes emergiu, levando a fenômenos como as "Revoluções Coloridas" e a infância digital das massas. A comunicação global se expandiu, aproximando culturas e nações.

2016 - até os dias de hoje: Humano Dado - O Humano Alvo / Objeto / Descartável

À medida que a tecnologia avançava, chegamos à era do "Humano Dado". Algoritmos, inteligência artificial e a coleta massiva de dados se tornaram elementos fundamentais na comunicação e interação humanas. A velha mídia começou a declinar, enquanto o microtargeting nas redes sociais e o marketing omnichannel ganharam destaque. Essa fase também viu o surgimento de desafios como o isolamento, a manipulação de informações e preocupações com a privacidade, simbolizadas por incidentes como o escândalo da Cambridge Analytica e as revelações sobre vigilância governamental.

Os termos "NSA", "Pegasus", "5G", "Brexit", "Trump" e "Bolsonaro" se tornaram sinônimos de como a política e a comunicação se entrelaçaram. A comunicação ideológica se tornou mais prevalente, destacando a polarização e a manipulação de narrativas em plataformas digitais.

Conclusão: Uma Jornada de Transformações

A evolução da comunicação humana desde a pré-história até os dias atuais é uma narrativa rica em mudanças tecnológicas, sociais e culturais. Passamos de uma comunicação corpo a corpo para uma comunicação multicanal, interativa e altamente segmentada, até chegarmos a um ponto em que somos tanto comunicadores quanto alvos das complexas forças da era digital.

Enquanto a tecnologia continua a avançar, é imperativo refletir sobre os impactos dessas mudanças na nossa sociedade. A busca pelo equilíbrio entre liberdade de expressão, privacidade e responsabilidade é essencial para garantir que a comunicação humana continue a evoluir de maneira ética e significativa. O futuro da comunicação humana, no contexto do "Humano Dado", dependerá de como navegamos pelas interseções entre tecnologia, sociedade e valores fundamentais.///

Ou seja, o Chat GPT “penteou” o roteiro, fez um texto “senso comum” a partir dele, que não deixa de ser interessante como curiosidade (**). As ideias que a ferramenta usou estão todas no roteiro que eu forneci ou são informações muito comuns nas redes e em artigos que de alguma forma tratam do tema.

Como tem reiterado o doutor Miguel Nicolelis, a AI não é artificial nem inteligente. Inteligentes são os caras por trás dela que, em breve, estarão ganhando rios de dinheiro substituindo o trabalho humano pelas suas máquinas.

(*) Roteiro:

Pré-história
HUMANO 1.0
Humano isolado
Feiras livres – Organização por proximidade - Abrangência local
Comunicação direta – Corpo a corpo – Força – Coerção – Exército

1455 - 1995
HUMANO 2.0
Humano analógico
Mídias: Livro, Jornal, Rádio, TV
(Bíblia de Gutenberg, 158 exemplares em 1455 x 15 milhões de livros em 1500 )
Comunicação de massas – Unidirecional – Mediação dos meios – Controle de opinião pública – Pesquisas de opinião

1995 - 2005
HUMANO 3.0
Humano conectado
Mídias: Internet Cabo + Meios de Comunicação de Massas + TV fechada
Comunicação bidirecional – Multiplicação de fontes

2006 - 2010
HUMANO 4.0
Humano móvel
Internet móvel + Internet wireless + MCM
Todo cidadão pode emitir a sua mensagem - Interatividade – Idílio digital
Comunicação digital

2010 - 2013
HUMANO 5.0
Humano “onipresente” / eufórico
Organização de redes sociais - Internet em tempo integral + MCM + TV interativa + etc
Organização das primeiras manadas – Segmentação – Experimentação
Comunicação multicanal

2013 - 2016
HUMANO Rede
Humano manada / indivíduo solitário
Marketing de redes – Revoluções coloridas - Infância digital das massas -
Comunicação global

2016 -Aos dias atuaisHUMANO Dado
Humano alvo / objeto / descartável
Algoritmos – IA - Ocaso da velha mídia – Microtargeting nas redes – Marketing ominichannel – Social Ads - Isolamento – Manipulação – Controle – NSA – Pegasus – Mano – 5G - Brexit – Trump - Bolsonaro
Comunicação ideológica

(**) Fiz uso do Chat GPT gratuito. Acredito que uma versão paga faria um artigo mais qualificado, que poderia avançar em linhas de argumentação sustentadas e menos senso comum.

quarta-feira, 5 de julho de 2023

NOVA BARRAGEM DE BAGÉ

 A Veraz ao longo dos seus vinte e sete anos de atuação desenvolveu uma série de expertises. Uma delas é a de fazer excelentes campanhas no setor público. 

O comercial que mostramos abaixo faz parte de uma campanha para a Prefeitura de Bagé. A campanha tem como eixo a ideia de que "Bagé Não Pode Parar", ou seja, a ideia de que Bagé encontrou um caminho para a solução de alguns de seus problemas históricos, entre eles os temas do calçamento das ruas e da construção de uma nova barragem de água. 

Nas últimas décadas, todos os anos Bagé sofre com a falta d'água no verão. Sucessivas iniciativas foram tomadas para resolver esse problema e todas malograram. A atual administração optou por contratar a Engenharia do Exército brasileiro para realizar a obra. 

A peça é uma prestação de contas e uma afirmação da Administração Municipal. Como diz nosso cliente, Bagé não pode parar. 




segunda-feira, 22 de maio de 2023

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A PROPAGANDA

 


A inteligência artificial (IA) chegou para ficar. A guerra entre as diversas ferramentas de IA vai se desenvolver muito rapidamente. São dezenas de alternativas; quase todas focadas na apresentação de soluções numa área. Umas são gerais, num certo sentido substituem ou transformam o Google, o Bing etc. Outras são focadas. Fazem textos, ou vídeos, ou apresentações… Na guerra pelo mercado mundial, a ChatGPT largou na frente, mas não quer dizer que venha a ser a melhor ferramenta daqui um curto espaço de tempo.

Uma coisa é certa: a inteligência artificial terá efeitos profundos na propaganda tal como a conhecemos, inclusive na que é realizada na internet e nas redes sociais. Pense no impacto do computador e das tecnologias digitais na nossa vida. Pense nas mudanças no nosso comportamento nestes últimos vinte anos. Pode ter certeza, o que teremos pela frente será devastador perto do aconteceu até agora.

Não é o risco das máquinas se revoltarem contra a humanidade o que se avizinha. Essa hipótese é boa para os filmes de ficção científica, mas não está no horizonte próximo. Os riscos se relacionam mais com o desemprego em massa, a exclusão digital e a manipulação das pessoas e das decisões políticas e econômicas.

Todas as tecnologias que estamos vendo surgir causam desemprego. Elas substituem o ser humano e o seu trabalho. Isso vai do trabalhador que movimenta as máquinas na fábrica ao caixa do supermercado e ao profissional liberal. Com a tecnologia 5G, vai chegar aos motoristas do mundo inteiro, substituídos por veículos autoguiados, aos professores, substituídos por plataformas educacionais, aos soldados nos campos de batalha, substituídos por drones e robôs assassinos.

As projeções são preocupantes. Muitos dizem que com a tecnologia já existente dois terços da humanidade é descartável pelo simples fato de que não haverá trabalho para elas. Vêm daí, de um lado, as sugestões de que seja criada uma renda básica universal, na prática uma bolsa-família para toda esta gente que estaria sobrando no planeta. Por outro lado, também vêm daí as políticas neonazistas, a manipulação das pessoas e das eleições no mundo inteiro usando as redes sociais, as fake news e as políticas de ódio.

O que fazer diante da IA?

A primeira certeza que precisamos fixar é a de que a IA é uma máquina, uma ferramenta, um software, um algoritmo desenvolvido para realizar tarefas. Esta ferramenta pode coletar e analisar grandes volumes de dados em tempo real, permitindo que os anunciantes ajustem rapidamente suas campanhas de acordo com as necessidades do mercado.

Uma das possibilidades da IA, na propaganda, é a capacidade de personalizar anúncios para o público-alvo específico, com base em dados demográficos, histórico de compras, interesses e comportamentos online. Ela permite, por exemplo, a personalização dos anúncios, a criação e o desenvolvimento de uma campanha em poucos minutos, o desenvolvimento do texto, da arte, do vídeo, tudo com uma rapidez e adequação ao público-alvo como nunca tivemos até agora.

Além disso, pode automatizar tarefas repetitivas, como segmentação de público, geração de conteúdo, testes A/B e estratégia de lances. Isso permite que os profissionais de marketing se concentrem em tarefas mais estratégicas e criativas. Ou simplesmente sejam descartados.

Imagine uma campanha para eleger um presidente em que cada eleitor do país recebe uma propaganda personalizada, desenvolvida especificamente para o seu perfil. Isso teoricamente já era possível, mas não era algo feito diretamente pela máquina. A inteligência artificial executa todas as etapas da criação e distribuição de campanhas publicitárias, desde a pesquisa de mercado até a análise de dados pós-campanha.

Diante das transformações provocadas pela IA, na área da publicidade e propaganda, é essencial compreender seu potencial e assegurar que seu uso seja ético e responsável. Os profissionais do setor devem estar dispostos a se adaptar e aprender a trabalhar em conjunto com as ferramentas de IA, aproveitando suas vantagens para alcançar resultados mais eficazes. Ao mesmo tempo, é fundamental estabelecer regulamentações adequadas para evitar abusos, garantir a transparência e proteger a privacidade dos indivíduos.

A inteligência artificial pode ser uma poderosa aliada, mas a responsabilidade de utilizar essa tecnologia para o bem depende de nós.


sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Omnichannel: a estratégia da década

Por Paulo Cezar da Rosa

O marketing omnichannel é uma estratégia que busca ampliar a comunicação de uma empresa ou organização com seu público, integrando os canais de comunicação e unificando o conjunto de ações alinhadas ao posicionamento, propósito e valores da marca, seus conteúdos e mensagens — seja no ambiente online, seja no offline.


O marketing omnichannel foi desenvolvido em primeiro lugar pelas grandes lojas de varejo. Elas perceberam que na era digital o caminho do consumidor nem sempre é direto. As pessoas usam diversos canais ao longo de uma jornada de compra, indo do online ao offline e vice-versa. Ao perceber essa mudança, as lojas de varejo passaram a integrar seus vários canais de venda para criar uma experiência de consumo contínua e uniforme. 


Esse novo marketing é ao mesmo tempo muito simples mas também muito difícil de ser implementado. Exige mudança de cultura, rompimento dos feudos dos canais, unificação de metas e estratégias online e offline, integração de instrumentos e centralização. É uma mudança muito grande, mas incontornável e que acaba por trazer grande retorno. 



Uma estratégia fundamental para todos


O marketing omnichannel é o caminho para todas as organizações no próximo período. Não é uma estratégia exclusiva do varejo. Os governos já o estão adotando. Ela vai além da comunicação, da propaganda e do marketing num sentido estrito. E não é apenas a digitalização dos processos e serviços. Abrange também a integração da empresa como um todo, seus processos e soluções tecnológicas. A realização de sua conversão digital a altura do marketing omnichannel. A integração dos processos presenciais e digitais, e a sua centralização num único comando.


A grande virtude do marketing omnichannel é constituída por sua compreensão de como tornar eficaz a comunicação nos tempos de hoje e não somente pelas soluções tecnológicas que o possibilitam. Elas são importantes, essenciais para embasar o seu desenvolvimento. Mas o fato do motorista ter a sua carteira digital no celular, ainda que o faça sentir-se integrado a um novo momento tecnológico, não é propriamente o marketing omnichannel. Este só acontece quando o emissor da mensagem e o receptor se conectam, se interligam, se dão conta de que ali existe uma nova relação, uma interconexão. E desenvolvem um relacionamento que antes era praticamente impossível e hoje é fácil, simples, direto. O segredo do marketing omnichannel está no relacionamento. 


Se entender o comportamento das pessoas quando se trata de consumir produtos é importante para o varejo, isso é muito mais verdadeiro para as organizações sociais e os órgãos governamentais. Nas últimas três décadas as pessoas estão cada dia mais conectadas, mas, com esse processo, o tempo tem se tornado o recurso mais escasso na vida de todos nós. E todos, diante da falta de tempo para tudo, desejamos soluções imediatas, instantâneas, acessíveis com um clique para atender nossas necessidades, sejam quais forem. 


Nossas necessidades são variadas. Pode ser um serviço do poder público, uma informação, uma resposta do sindicato, uma dúvida sobre nossos direitos ou o preço de um produto - para tudo hoje buscamos respostas imediatas e objetivas. Na recente campanha eleitoral virou bordão o “dá um Google aí” quando um candidato se enfrentava com um assunto com o qual não queria perder tempo. 


As novas tecnologias certamente são responsáveis por essa mudança. Elas estão revolucionando a infraestrutura da economia, da sociedade e da cultura, especialmente na comunicação. Fazer marketing, seja ele qual for (institucional, político, sindical, de vendas…), nesse novo ambiente exige estudar e desenvolver o marketing omnichannel.  


Nossa preocupação central é a propaganda, a comunicação e o marketing institucional ou de marca. Esse é o nosso foco de atuação e, para o seu desenvolvimento, o marketing omnichannel é uma estratégia poderosa. Neste artigo, procuramos dar uma visão geral deste novo instrumento. 



O desenvolvimento do marketing omnichannel? 


O marketing omnichannel foi desenvolvido em primeiro lugar pelas grandes lojas de varejo. Airbnb, Uber, Netflix, Magazine Luiza, Boticário são empresas que já praticam estratégias omnichannel e tem aprofundado suas experiências ano a ano. De uma maneira geral, estas organizações evoluíram do marketing multicanal, crossmedia e transmídia, para o marketing omnichannel por entender que seria muito mais eficiente desenvolver uma relação centralizada e pessoal com o seu cliente. 


O decisivo para esta evolução é a transformação digital que vem mudando de forma radical o comportamento das pessoas, em especial no que diz respeito às formas de comunicação, entretenimento, relacionamento e consumo. A partir da mudança na infraestrutura tecnológica, com a progressiva superação do formato analógico de relacionamento e comunicação, pelo formato digital, surgiu neste início de século um novo perfil de consumidor. São pessoas que já nasceram em contato com as novas tecnologias, e se mostram indiferentes em relação aos canais de interação. O que elas querem de fato é serem tratadas de forma personalizada pelas marcas seja qual for o canal de relacionamento. Ou seja, querem um relacionamento direto com a marca, querem uma troca, querem ser tratados como sujeitos de uma relação de comunicação e não como objetos. 


Este novo consumidor está sempre online, no desktop, no celular, nas redes sociais, nas lojas físicas. O marketing omnichannel parte da compreensão desse comportamento e leva seus produtos e ofertas até os consumidores, independente de onde eles estão. Ao invés de tentar levar o consumidor para um canal de vendas, o marketing omnichannel permite por exemplo a pesquisa num canal digital, a compra num aplicativo e a retirada do produto numa loja física. Ou seja, todos os canais são organizados como um só canal, permitindo um relacionamento uniforme e contínuo. 


Foi para melhor vender para este novo consumidor que as redes de varejo evoluíram para o marketing omnichannel. E em alguns casos verificaram um aumento do retorno de até 8 vezes em relação a clientes que utilizavam um só canal de relacionamento. As lojas de varejo constataram que o marketing omnichannel é mais eficiente, comunica melhor, produz um melhor relacionamento e vende muito mais. 



Porque implantar o marketing omnichannel


A esta altura você deve estar se perguntando: Posso usar esse marketing para a minha Prefeitura, para o meu Conselho profissional, a minha cooperativa, o meu sindicato, o meu clube de futebol? A resposta é sim. Você não só pode como deve usar o conceito do marketing omnichannel no seu trabalho todos os dias. 


Geralmente o primeiro passo para realizar a implantação desta nova estratégia passa num primeiro momento pelo mapeamento dos principais pontos de contato com o público alvo prioritário e a identificação dos pontos críticos da jornada. 


Um exemplo que ajuda a pensar. Muitas prefeituras nestas duas últimas décadas vêm enfrentando problemas com as filas de atendimento no SUS de suas cidades. Filas enormes. Pessoas indo dormir nas filas para conseguirem uma senha de atendimento. Vendedores de lugar na fila, um caos. 


Diversas medidas têm sido tomadas pelos gestores para enfrentar o problema. A mais adotada e eficaz parece ser o teleagendamento. Com o agendamento de consultas pelo telefone, as prefeituras “acabaram com as filas”, implantaram um “atendimento moderno” e “facilitaram o acesso ao sistema”.


É um jeito de ver as coisas, mas o teleagendamento adotado isoladamente acarreta muitos outros problemas. Primeiro, ele não acaba com as filas, apenas as torna invisíveis. Segundo, quando feito apenas para o agendamento, sem um trabalho de interação e relação com o paciente, ele não facilita o acesso ao SUS, só transfere a ausência de acesso na porta dos postos de saúde para a central de telemarketing. Terceiro, não amplia o atendimento e pode até piorar os índices de atuação. Em muitos casos, a taxa de no-show aumentou em relação ao agendamento presencial. 


A adoção de um software de gerenciamento do agendamento de consultas - uma solução de marketing omnichannel - pode resolver todos estes problemas. É o que têm feito consultórios médicos, clínicas e hospitais privados. Um laboratório em que faço exames de sangue antes da pandemia usava o e-mail para combater o no-show. Hoje, utiliza também o SMS e o WhatsApp. Ou seja, o laboratório já está compreendendo a nova realidade em que as pessoas transitam de um canal para o outro o tempo inteiro, e está adotando soluções de marketing omnichannel. 


É isso que todos precisam compreender e implantar. E isso vale ainda mais no que diz respeito à comunicação institucional, social, política ou de vendas. Não pode uma pessoa entrar numa página de rede social do seu assessorado, fazer uma pergunta e ficar no vácuo, sem resposta. Não pode uma pessoa que curte e compartilha uma postagem sua ficar sem receber uma mensagem de agradecimento, uma ação recíproca ou um retorno em busca de um relacionamento maior. 



Como implantar o marketing omnichannel


Para fazer uma grande jornada é preciso saber onde se quer chegar e iniciar a caminhada. Este é o começo de tudo. O resto vem na sequência. O fundamental, portanto, tomada a decisão de implantar o marketing omnichannel, é mapear a realidade concreta da qual a organização parte, seus pontos de contato com o público-alvo, o que funciona e o que deixa a desejar, os desejos de mudança, o grau de adesão e fidelidade. 


Para esta etapa do planejamento, indicamos trabalhar com ferramentas antigas e novas. Uma pesquisa de diagnóstico com munícipes, cooperados ou associados é essencial. Havendo recursos para realizar pesquisas qualitativas, faça. As pesquisas qualitativas muitas vezes trazem os insights mais originais e valiosos. Também é fundamental realizar entrevistas em profundidade com os diretores, secretários, etc. Tanto para entender suas expectativas quanto para saber até onde é possível avançar com a garantia de que os gestores estarão compreendendo e, principalmente, implementando a estratégia dentro de suas áreas. 


Para o planejamento também é fundamental um mapeamento da presença digital da organização na internet e nas redes. Dependendo da organização, é importante aprofundar a compreensão de cada uma das redes, como o trabalho é feito, penetração, engajamento, interação etc. Há muitas ferramentas para realizar este trabalho. Feito este diagnóstico, é possível estabelecer a estratégia e o caminho para atingir os objetivos. E, por fim, dar os primeiros passos na implantação de uma estratégia omnichannel. 


Se você ainda não parou para pensar nisso, a hora é agora. O marketing omnichannel é a grande estratégia de marketing desta década. 


sábado, 17 de setembro de 2022

VERAZ ASSINA CONTRATO DE PUBLICIDADE COM PREFEITURA DE BAGÉ

Nesta sexta feira, 16-09-2022, a Veraz assinou contrato com a Prefeitura de Bagé. A agência foi recebida no Gabinete do Prefeito, Divaldo Lara. O início dos trabalhos deverá ser imediato.

A Veraz foi selecionada através de uma concorrência técnica e de preços. O contrato é de um ano, prorrogável por até 5 anos.
A conta de Bagé se soma agora à de Canela, que vem sendo atendida pela Veraz há mais de dez anos.

A Veraz tem grande expertise no setor público. Com 25 anos de mercado, já atendeu dezenas de prefeituras, governos estaduais e conselhos profissionais.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL DOS SINDICATOS É URGENTE

 



Hoje, as vantagens da transformação digital dos sindicatos já são evidentes. As possibilidades de melhoria da comunicação com os sindicalizados e de redução de custos são inúmeras. Mas elas não param aí, e se estendem à qualificação da prestação de serviços e à organização sindical. Bem feita, a transformação digital de um sindicato pode torná-lo uma ferramenta invencível.

Entretanto, o cenário que temos hoje no que diz respeito ao uso das novas tecnologias pelos sindicatos é desolador. Outro dia, olhando a Biblioteca de Anúncios do Facebook, descobri espantado que dois de nossos clientes sindicais estão entre os 11 maiores anunciantes do país no seu segmento na plataforma. Senti um misto de felicidade e profunda preocupação ao mesmo tempo. Felicidade por encontrar uma prova concreta de que nossos esforços junto aos nossos clientes na sua transformação digital estão na vanguarda do setor no país. Preocupação porque, se não houver uma mudança radical nas entidades sindicais brasileiras, elas estão fadadas a desaparecer.

O que é a transformação digital?

Se você der um Google, vai encontrar muitas definições do que seja uma transformação digital. Todas giram em torno à ideia da necessidade de incorporar as mudanças tecnológicas aos processos de uma empresa, uma entidade, um governo… Vale até mesmo no que diz respeito a nossa sociabilidade. Hoje, quem não tiver um perfil nas redes sociais para acompanhar o que se passa com os amigos, e ser acompanhado, é um “dinossauro”.

Encontrei esta definição: “Transformação digital é uma mudança de mentalidade e de cultura nas empresas que têm como objetivo se tornarem mais modernas, não ficarem para trás e acompanharem os avanços tecnológicos que não param de surgir.” É uma das mais simples que o Google fornece na busca, mas serve para nosso propósito. Ela diz que a transformação digital “é uma mudança de mentalidade e de cultura”. Ou seja, é uma mudança que não se limita à comunicação, ou à simples passagem de ferramentas e instrumentos analógicos para os digitais. Estamos vivenciando uma mudança cultural que exige transformações profundas no dia a dia das organizações e do nosso próprio modo de pensar e agir.

Numa das primeiras entidades sindicais que assessorei, fui contratado para fazer um boletim semanal. Na verdade, um panfleto impresso num formato A5, 4 páginas, que era distribuído nas madrugadas, no portão dos locais de trabalho. O boletim informava, organizava, distribuía as palavras de ordem. Junto do corpo a corpo, era a ferramenta fundamental do trabalho sindical. À época, era um trabalho de vanguarda o que realizávamos.

Com esforço, introduzi duas outras dimensões no meu trabalho de assessor de imprensa. Passei a fazer a divulgação das ações do sindicato junto à mídia (rádios, jornais) e a trabalhar a imagem da categoria realizando cobertura fotográfica das atividades sindicais. Meu assessoramento naqueles idos da década de 80 fez sucesso. Realizei uma transformação na comunicação e no marketing do sindicato que o colocou em destaque na região e no Estado.

Quando o passado é obstáculo

Hoje, um trabalho como o que fiz há mais de 40 anos seria absolutamente insuficiente. Entretanto, por todo o Brasil, ainda temos milhares de entidades que estão presas a este formato. São 11.257 entidades sindicais de trabalhadores no país, quase todas atreladas a um passado muitas vezes de conquistas, e que resistem a introduzir mudanças no seu fazer sindical. Veem as novas tecnologias como adversárias de suas atividades (até porque elas de fato são utilizadas pelos patrões com esse viés), e portanto recusam utilizarem-se delas.

Urge que este preconceito seja superado, sabendo que o quê precisa ser feito nem sempre é simples de ser implementado. Cada categoria de trabalhadores possui realidades distintas e as soluções devem se adequar a estas realidades. O primeiro passo, contudo, precisa ser dado.

O que fazer?

Constatado o problema, o que fazer é a pergunta que sempre me fazem. A maioria na verdade não quer mudar nada, quer conservar o que já tem. É natural, o ser humano é conservador. Uma parcela, percebendo que os tempos estão mudando, se dispõe a ouvir respostas a essa pergunta, mas não para mudar de verdade e sim para tentar absorver do novo aquilo que ajude a conservar o velho. Poucas são as categorias que de fato estão realizando a transformação digital de suas entidades. E são essas as que vão ter força no próximo período.

A resposta ao que fazer é simples: decidir por absorver e dominar as novas tecnologias. Decidir por colocá-las a serviço da entidade e da luta sindical. E dar o primeiro passo.

O primeiro passo

Normalmente é aí que as coisas se complicam. Dar o primeiro passo em qual direção? Qual é mesmo o ponto de partida? Qual hardware, qual software, qual estratégia? Qual área modernizar primeiro? A comunicação, os serviços?

Existem pelo menos quatro esferas de atuação de uma entidade em que a transformação digital pode ajudar de maneira muito importante: a melhoria da comunicação, a redução de custos, a melhoria na prestação de serviços e a melhoria na organização sindical. Não da mesma maneira que em um sindicato, mas isso vale também para prefeituras e estados, para entidades associativas em geral, com ou sem fins lucrativos, e organizações políticas.

A comunicação digital

A comunicação digital nos sindicatos é essencial para melhorar a relação das direções com as bases, e das bases com as direções. Até agora os sindicatos que têm se empenhado em fazer a transformação digital de sua comunicação exploram apenas um lado do processo, o do sindicato como emissor de mensagens. Alguns já conseguem avançar no sentido da segmentação e da ampliação da confiança nas suas categorias. Mas pouco existe no sentido de usar as ferramentas digitais para a interação com as bases, essa sim um salto no processo comunicativo de uma entidade.

Uma comunicação digital eficiente exige um site competente e a presença ativa nas redes sociais mais utilizadas pelas bases. É uma tarefa complexa, mutante, desafiadora, que permite estabelecer uma relação de comunicação direta com os sindicalizados e a categoria, sem a mediação dos meios de comunicação tradicionais. Usados de modo inteligente, os ganhos obtidos com os meios digitais são imensos.

Há dez anos, uma reclamação frequente que aparecia nas pesquisas que realizávamos com sindicatos era a da ausência de comunicação. Com a transformação digital que implantamos nas entidades que atendemos, isso deixou de ser um problema para as categorias.

A redução de custos

Com a pandemia, os sindicatos mais atuantes no país rapidamente passaram a se organizar através do digital. Montaram lives, realizaram reuniões e assembleias pelo Zoom, fortaleceram suas redes sociais, seus grupos de WhatsApp. Os sindicatos perceberam que boa parte de seus processos poderia ser realizada digitalmente. A começar pelas eleições sindicais, mas não só.

O uso intensivo do digital na pandemia implicou numa grande economia de custos inerentes às atividades presenciais. Grande parcela destas atividades presenciais (as eleições, por exemplo) não tem porque voltarem a ser realizadas presencialmente.

Serviços eficientes

Se isso é válido para grandes atividades, a possibilidade de economia e melhoria da performance do sindicato existe também nas pequenas questões. Vamos pensar num trabalhador que tem interesse em utilizar a colônia de férias do sindicato. Na ampla maioria das entidades, o sindicalizado precisa comparecer ao sindicato, com documentos e prova de que está em dia com a tesouraria, para fazer uma reserva. Em geral, só algum tempo depois recebe uma confirmação desta reserva.

O sindicalizado gastou na reunião dos documentos, no seu deslocamento, investiu tempo para realizar a reserva. O sindicato gastou a energia de seu funcionário ou dirigente que realizou o atendimento, conferiu documentos, anotou a reserva e depois informou da confirmação. O funcionário ou dirigente pode ter seu trabalho muito melhor aproveitado em atividades sindicais. E o associado pode ter os custos pessoais com a reserva eliminados facilmente. Neste caso, soluções digitais trazem muitas vantagens para o sindicalizado, que deseja ter um atendimento eficiente e barato, e para a entidade. O mesmo vale para todos os outros serviços, como jurídico, convênios etc.

Organização sindical

O movimento sindical não despertou ainda para o enorme potencial de organização sindical permitido pelas novas tecnologias digitais. Na política já temos diversas experiências, algumas muito bem-sucedidas, mas no terreno sindical brasileiro não existe nada até agora.

Nos anos de 1970, em plena ditadura, o Movimento de Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo (OSM-SP) organizava Comissões de Fábrica clandestinas em quase todas as grandes empresas da capital paulista. A comunicação entre os membros das Comissões era lenta, realizada corpo a corpo, por necessidade cercada de rigores de segurança muito grandes.

Hoje, através de canais digitais é possível erguer e manter todo e qualquer tipo de organização. Desde a organização clandestina, até a organização aberta e transparente, envolvendo toda uma categoria de trabalhadores.

Se naquela época, a formação de um dirigente sindical passava por dominar alguma oratória e o desafio de falar em público, hoje a formação de um sindicalista competente passa por dominar as ferramentas digitais e colocá-las a serviço das lutas. Para fazer isso, urge investir na transformação digital.



domingo, 10 de abril de 2022

VERAZ OCUPA 15º LUGAR ENTRE 800 AGÊNCIAS DE PROPAGANDA NO RS

O 15º lugar foi obtido no ranking regional do CENP, que classifica as agências que mais investiram em mídia em 2021. No país, a posição da Veraz é 162 - também uma ótima notícia.

Existem cerca de 10 mil agências no país sendo 800 no RS. Hoje, participam do CENP 1.151 agências, sendo 56 do RS. O ranking do investimento em mídia não é o único critério para medir o tamanho de uma agência, mas é um elemento importante.
O CENP (Comitê Executivo das Normas Padrão) é o órgão do Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário brasileiro. Controla e certifica a qualidade das agências de propaganda. Reúne as maiores e melhores que atuam no país.
No RS o ranking de 2021 é este:
1 PAIM
2 HOC
3 ESCALA
4 MATRIZ
5*
6 CENTRO
7 PUBLICA (Moove)
8 GLOBAL
9 COMPETENCE
10 SPR
11 THOMPSON
12*
13 PRO TARGET
14 RBA
15 VERAZ COMUNICAÇÃO
16 INSIGHT
17 MERPLAN
18* 19*
20 GANDA
21 SELLING

Obs: Onde tem asterisco é porque a agência não autorizou divulgar a sua posição. Para ver o ranking completo clica em https://cenp.com.br/cenp-ranking/

terça-feira, 27 de julho de 2021

Breve roteiro do desenvolvimento do marketing eleitoral digital


 Onde tudo começou 

Breve roteiro do desenvolvimento do marketing eleitoral digital


Por Paulo Cezar da Rosa (*)


Ainda que tenham  ocorrido antes outras campanhas digitais, ou tentativas delas, a primeira campanha digital de fato foi a de Barack Obama em 2008. A campanha de Obama tinha uma lógica de uso das plataformas digitais, principalmente do Facebook, com a criação de grupos regionais e temáticos, mas o central era uma página-site (uma landing page) onde para entrar, para ter acesso aos conteúdos, você tinha que deixar o e-mail. Ou seja, já havia a compreensão de que para manter um relacionamento era essencial ter acesso aos dados da pessoa. 


O e-mail marketing foi uma ferramenta central em 2008. Neste período, as redes sociais ainda estavam em construção e as ferramentas que todos usavam eram o e-mail e os motores de busca. Obtendo o e-mail, a campanha pode estabelecer uma relação com os seguidores de Obama. Os e-mails, assinados em geral por assessores diretos do candidato, eram usados para informar e engajar os apoiadores. Estabelecido o contato, a campanha pedia mais dados, entre eles o endereço para envio de materiais e promoção de atividades nas regiões. 


O site chegou a ter mais de 6 milhões de inscritos, e os apoiadores conectados foram sempre os primeiros a saber das iniciativas e do andamento da campanha.  Num quadro já de crise e dificuldades na economia americana, a campanha Obama de 2008 foi articulada com uma narrativa de esperança. A onda Obama mobilizou e entusiasmou muita gente. Vale assistir o discurso de posse: https://www.youtube.com/watch?v=b40F_hn9-KQ . Vale também saber que pela internet os apoiadores já haviam recebido antes do evento uma mensagem de agradecimento com este teor, assinada por Obama. 


Primeira onda: Obama 2012, 5 Estrelas, Podemos


A vitória de Obama em 2008 desencadeou um giro da política ao uso da internet nas  disputas no mundo inteiro. Foi o começo do que podemos caracterizar como primeira onda das campanhas digitais. Obama fez da internet o motor gerador de sua eleição. As ações de marketing, os discursos e as palavras de ordem apareceram primeiro nas redes para só depois se desenvolverem na velha mídia. A TV, que até então, desde a década de 50, era o coração das campanhas, perdeu o seu posto. 


Na esteira de Obama, dois outros movimentos, com contornos políticos bastante distintos, foram bem sucedidos ao utilizar grosso modo a mesma lógica digital. Na Espanha surgiu o Podemos e na Itália o Movimento 5 Estrelas. 


O M5S surgiu na Itália em 2009 definindo-se como um não partido. Liderado por um comediante chamado Beppe Grillo, o 5 Estrelas se propunha a colocar cidadãos comuns no poder e estabelecer uma democracia direta através do uso da Internet. Usando as redes, o M5S cresceu rapidamente, elegendo diversos presidentes de câmara, além de vários parlamentares em nível municipal e regional. Em 2013, o M5S conquistou 26% da Câmara de Deputados e 24% do Senado, e continuou a crescer nos anos seguintes. 


O Podemos participou nas eleições europeias de 2014, quatro meses depois da sua formação. Em menos de uma semana, surpreendeu o mundo político espanhol, tornando-se o partido mais seguido nas redes sociais, superando a direita (PP) e a centro-esquerda (PSOE). O Podemos conquistou cinco cadeiras (de um total de 54), com 7,98% dos votos, sendo a quarta candidatura mais votada em Espanha. Toda a sua organização se deu apoiada nas redes sociais. Da filiação à participação político-eleitoral. 


A lógica destas campanhas e movimentos foi a de potencializar politicamente a sociabilidade permitida pelas redes sociais e crescer no ambiente de profundo desgaste da velha política ofertando uma alternativa “nova”. Tanto o 5 Estrelas quanto o Podemos cresceram muito e têm muita força eleitoral ainda hoje. No que diz respeito à relação político-digital, são organizações políticas com base na ideia de aderência, de entregar para o movimento o seu endereço de e-mail e a partir disso desenvolver uma relação política e militante. 


Segunda onda: Brexit 2014, Trump, Colômbia


A segunda onda de campanhas digitais vai ter outros componentes. Ainda que tenham ocorrido experiências similares anteriores, a primeira, ou mais importante, é a do Brexit, na Inglaterra, em 2014. Na sequência virá a eleição de Trump em 2016 e também a campanha que derrubou o acordo de paz na Colômbia. Essas campanhas foram muito diferentes do que haviam sido as de Barack Obama, do Movimento 5 Estrelas e do Podemos. O marketing digital passa a trabalhar com um conjunto de ferramentas desenvolvidas para a manipulação dos cenários, vai usar os algoritmos para conduzir o voto e alterar o comportamento das pessoas.   


No Brexit, por exemplo, havia cerca de 7 milhões de eleitores que normalmente não iriam às urnas. Seu comportamento tradicional era abstencionista. Utilizando as redes, a campanha pelo Brexit conseguiu que 4 destes 7 milhões fossem às urnas votar pela saída da Inglaterra do mercado comum europeu, alterando o resultado final. Estas pessoas foram incentivadas por ações dirigidas, que exploravam suas frustrações e temores, seus ódios e rancores. 


O marketing de Trump em 2016 soube igualmente explorar esses sentimentos. Mas foi muito além. Trump usou largamente as fake news, as teorias de conspiração e a linguagem do “tio do almoço de domingo”. Hillary Clinton era abertamente chamada de ladra. Até de manter e explorar sexualmente escravas brancas no porão de uma pizzaria, Hillary foi acusada. . 


Trump teve setores da mídia tradicional atuando em sua defesa, mas a maioria dos grandes meios de comunicação apoiou a candidata democrata. Prometendo uma América Grande de Novo, Trump venceu as resistências primeiro dentro do seu partido e depois em estados decisivos. Mesmo tendo tido menor número de votos, conseguiu maioria no colégio eleitoral. Contribuiu decisivamente para isso o microtargeting, o direcionamento das mensagens para 32 perfis psicológicos diferentes, o uso intensivo de fake news e o incentivo ao ódio. 


Na Inglaterra, o marketing digital da campanha foi desenvolvido pela Cambridge Analytica, uma empresa criada por Robert Mercer e Steve Bannon. Mercer era desenvolvedor da IBM nos anos 90. Saiu da IBM e aplicou seus conhecimentos na manipulação dos algoritmos no mercado financeiro. A partir de 2008, quando veio a crise e acabou a festa para muitos neste mercado, passou a investir na ultradireita visando a ampliação da fronteira de exploração da humanidade através da destruição dos direitos sociais conquistados no pós Segunda Guerra Mundial. 


A Colômbia, em 2016, depois de 50 anos de atuação das FARC e 4 anos de negociação entre o governo e a guerrilha, estava chegando a um acordo de paz que poderia afirmar um caminho democrático para o país. Este acordo, entretanto, não era desejado pela ultradireita do ex-presidente Álvaro Uribe. Na Colômbia, a manipulação da religião, em especial do voto evangélico, obteve sucesso. Muitos consideraram o papel dos pastores, a manipulação dos preconceitos de gênero, o uso aberto da religiosidade do povo, decisivo para obter um resultado apertado, mas que dividiu ao meio o país. 


Terceira onda: Bolsonaro 2018 …. 


A terceira onda das campanhas digitais é o que nós conhecemos no Brasil em 2018. É uma campanha que merece o status de terceira onda porque ela não traz apenas a afirmação do novo marketing digital desenvolvido a partir do Brexit. A campanha Bolsonaro em 2018 combina o velho e o novo marketing de uma maneira radical. 


No Brasil, as redes sociais foram parar na mão das pessoas. Com 98% de penetração, a internet móvel e o acesso irrestrito, sem custos adicionais, às redes sociais, tornaram o brasileiro um alvo fácil. As mãos dos eleitores viraram parque de diversões para o marketing digital bolsonarista. 


Somada a essa facilidade tecnológica, diferente do que houve na Inglaterra e na eleição norte-americana, onde a classe dominante se dividiu entre duas opções, a campanha do candidato da ultradireita, Jair Bolsonaro, vai expressar uma forte e unida frente única de todos os setores da classe dominante. Isso vai se dar primeiro pelo impeachment, por motivos estritamente políticos, da Presidente Dilma Roussef, e logo em seguinda pela defesa incondicional da candidatura do ex-capitão do Exército, quando ficou evidente que, mesmo retirando o ex-presidente Lula da disputa, somente Bolsonaro poderia vencer o PT.  


Em parte pela situação particular do Brasil, a campanha digital da ultradireita vai se articular com o marketing de guerra das FFAAs, com a propaganda permanente dos meios de comunicação de massas, principalmente do sistema Globo, com a ação política do Poder Judiciário, através da Operação Lava Jato, com o enfraquecimento e destruição de empresas e setores da economia apoiadores do projeto lulista, com a atuação política e econômica de amplos setores empresariais de ultradireita, com a atuação das milícias, em  especial no Rio de Janeiro, e a adoção de soluções de marketing tradicional radicais. Tudo isso tendo por detrás a ação hoje já comprovada dos EUA na sua organização e promoção.  


Num primeiro momento, a ação dos meios de comunicação, do judiciário e mesmo dos EUA, não pretendia instalar no poder a família Bolsonaro. O objetivo era claramente colocar na presidência um candidato de direita, preferencialmente oriundo do PSDB. Bolsonaro, entretanto, no embalo da onda internacional de crescimento da ultradireita, usando com agressividade o marketing digital, suplantou todos seus adversários da direita e do centro, se posicionando como alternativa a Fernando Haddad, que substituiu Lula no seu impedimento.  


O que tornou isso possível para Bolsonaro foi o surgimento das redes sociais e o uso intensivo do microtargeting, da manipulação dos algoritmos, das fake news. Com as redes, a ultradireita, que desde a redemocratização estava circunscrita aos churrascos de domingo e representações secundárias, encontrou no “mau militar” um agitador e porta-voz nacional. A direita, derrotada pelo lulismo em 2002, 2006, 2010 e 2014, foi rapidamente substituída no cenário político-eleitoral de 2018 pela ultradireita.


O uso intensivo da comunicação digital permitiu à campanha bolsonarista  tornar-se viável, mas mesmo assim não foi apenas com base na internet que ela conquistou maioria dos votos válidos no segundo turno. Contribuiu decisivamente para isto a realização de uma operação de marketing clássica na política brasileira: a transformação do candidato em vítima. 


A vitimização é um recurso eleitoral recorrente em eleições. A campanha de Bolsonaro utilizou-o de maneira radical, diferente de José Serra, por exemplo, que posou de vítima de uma bolinha de papel. Independente da veracidade ou não do ato, o que importa do ponto de vista do marketing é que Bolsonaro, aos olhos do país, foi vítima de uma facada justamente no momento em que sua campanha mostrava crescimento e capacidade de enfrentar o candidato do PT no segundo turno. 


O episódio da facada ocorreu no dia 06 de setembro, um mês antes do primeiro turno das eleições, dia 07 de outubro. Com isso, Bolsonaro, que tinha pouco tempo de TV, inundou as TVs, rádios e jornais de todo o país todos os dias e em todos os horários. Enquanto seus adversários ficaram restritos ao uso dos horários eleitorais oficiais, toda a mídia divulgava o nome e a candidatura do ex-capitão em todos os seus espaços noticiosos e de opinião. Assim, ainda que tenha conquistado um grande número de apoiadores através do marketing digital,  Bolsonaro só ganhou amplitude com o apoio da velha mídia. Na internet, o bolsonarismo se posicionou como alternativa e organizou sua base de apoio militante. A conquista da maioria se deu com o uso bastante inteligente do marketing tradicional e da vitimização fora dos espaços oficiais de campanha. 


Onde tudo acaba: O futuro já começou


O uso da TV na política teve início em 1952, com uma campanha publicitária que elegeu o general Dwight Eisenhower nos Estados Unidos. Prometendo uma cruzada contra o "comunismo, Coreia e corrupção”, o general foi eleito com facilidade, surpreendendo os Democratas que entraram no pleito com os seus velhos métodos e certos da vitória. 


A esquerda em todo o mundo levou mais de 30 anos para começar a reagir ao marketing televisivo. Acredito que já em 2022 é possível enfrentar o marketing digital da ultradireita. Mas, para fazer isso com eficiência, a esquerda não pode se confundir nem vacilar. 


Hoje podemos dizer que a sociedade brasileira já integrou a camada tecnológica da internet e das redes sociais em suas atividades, inclusive na dimensão política. O celular é ferramenta de trabalho, de comunicação, de entretenimento e também de participação política. Isso, claro, com todas as desigualdades que o país sofre e com agudos reflexos no terreno digital. 


Neste momento, não é certo sequer que Bolsonaro será um nome na urna em 2022. Mas mesmo que não participe diretamente da disputa, nas próximas eleições as técnicas de marketing do bolsonarismo estarão presentes e precisarão ser enfrentadas. 


Partimos da ideia de que o deslumbramento inicial com as redes sociais já está se dissipando. Que o povo brasileiro já se “vacinou” ou está se vacinando com relação ao marketing digital, às fake news etc. Partimos também da ideia de que é preciso combinar o velho e novo, ou seja, os velhos modos de fazer campanhas e os novos modos trazidos pela era digital e pelas redes sociais. Além disso, no terreno digital, é preciso ter em conta que tudo hoje é mobile. A mensagem precisa ser adaptada a cada um dos canais, mas sempre tendo em vista o celular na palma da mão das pessoas.  


De outro lado, a primeira coisa a ser descartada é tentar copiar os adversários. A ultradireita não tem nada a nos ensinar. Ao contrário, ao dissecarmos o marketing da ultradireita, tudo o que vamos encontrar é manipulação, mentira e autoritarismo. Não existe nada de bom no marketing da ultradireita, mas é provável que muitos busquem utilizá-lo para tentar ocupar espaços em 2022. Afinal, este marketing fez sucesso em 2018 e hoje há dezenas de empresas de marketing ofertando as suas soluções. 


Independentemente do desfecho do governo, a terceira onda da comunicação digital preparou o que está por vir no ano que vem, quando teremos uma guerra no terreno digital (e fora dele)….  Hoje, o bolsonarismo tenta uma radicalização ainda maior de seu marketing e já dá sinais de que pretende fazer das eleições cenário para um golpe de Estado, rompendo frontalmente com a legalidade. Os episódios recentes,  do “soluço” do presidente buscando reativar o vitimismo, aos constantes ataques à democracia e às urnas eletrônicas, se enquadram neste objetivo. 


Em “Fora da ordem” Caetano Veloso tem um verso muito expressivo com relação ao Brasil. Ele diz “aqui tudo parece que ainda é construção e já é ruína”. Este parece estar sendo o caso do Bolsonarismo. Tendo perdido apoio de parte da mídia, de um setor importante do Judiciário, de setores do empresariado, mas mantendo ainda o respaldo do Partido Militar (das FFAAs, que têm estado por detrás de tudo no Brasil desde o golpe que instaurou a República), Bolsonaro é um governo que até meados de 2020 parecia estar em construção. Hoje, em meados de 2021, já está se transformando em ruínas.  


Em oposição, o campo em torno de Lula precisa apresentar a sua própria combinação do velho e do novo em termos de marketing. E também entender que o momento é totalmente diferente dos primeiros 15 anos deste século. Até 2014, o marketing paz e amor deu conta de boa parte dos problemas. Hoje, ele é insuficiente. Além de uma mensagem de esperança, será preciso demonstrar ter força e determinação. 


Até o momento, Lula parece estar se beneficiando não só do seu passado, mas principalmente do presente desastroso do seu maior adversário. Se a eleição fosse hoje, estaria eleito. Mas Lula não pode se postar  apenas como o que já foi; precisa dizer o que pretende ser, apresentar um projeto de futuro capaz de encantar amplos setores da sociedade. 


Se em 2002 foi suficiente o marketing “paz e amor”, hoje a fórmula mais adequada pode ser “trabalho e sonho” para construir um Brasil com a grandeza e importância que temos na América e no mundo. 


Muito trabalho e sonho, porque uma coisa é certa: O futuro já começou! 


//// 


(*). Jornalista e publicitário. Diretor da Veraz Comunicação e da Red Marketing, empresas sediadas em Porto Alegre.