O exemplo mais contundente desta mudança no mundo das marcas pode ser visto na igreja católica. Quando comparamos os dois últimos papas, esta nova linguagem quase prescinde de explicação. O papa anterior, Bento XVI, expressava uma imagem, uma determinada linguagem do catolicismo. Expressão do setor conservador do Conclave do Vaticano, o papa Bento só aparecia em público ostentando todo o seu poder. Já o papa Franscisco, que o sucedeu em 2013, ao contrário, traduz nas suas vestimentas a simplicidade e transparência que os dias de hoje exigem.
Esta tendência à objetividade, a uma comunicação pão-pão, queijo-queijo, se estende praticamente a todas as grandes marcas. Aquela tendência dos anos 90 e princípios deste século de dar volume às marcas, de sofisticar em termos de cores e sombras, de explorar o rebuscamento que as novas tecnologias passaram a permitir, finalmente (e felizmente) está dando lugar à propaganda que fala a verdade sem rodeios.
Paulo Cezar da Rosa
Diretor Veraz Comunicação