Estamos
sob o efeito devastador da internacionalização e da concentração
econômica combinadas com as novas tecnologias, em particular o papel
das redes sociais, em nosso negócio. Vimos fazendo ajustes no
projeto da agência, e temos conseguido realizar a nossa
transformação digital acompanhando e conduzindo este processo junto
de nossos clientes.
Num
quadro de fechamento e venda das velhas agências, vimos crescendo e
nos consolidando num mercado em crise. Isso, entretanto, não quer
dizer que vencemos a batalha e a nossa sobrevivência esteja
garantida.
Temos
encontrado dificuldades recorrentes, em particular no mercado
privado, onde nossas investidas têm trazido pouco retorno.
Também
nossos esforços no terreno digital têm sido de avanços e recuos
frequentes. É uma área extremamente dinâmica, onde planos e
estratégias parecem às vezes não funcionar. Onde, olhando para as
iniciativas múltiplas que surgem e morrem, quase nada dá certo.
Pior:
a mudança da comunicação recém começou. E o quadro é muito
confuso. O crescimento do digital sobre o analógico é constante e
crescente. E agora do móbile sobre o desktop é avassalador.
A
maioria das pessoas, principalmente as mais jovens, hoje consome
informação de outros modos e tem uma relação com a publicidade e
a comunicação diferente. Tudo isso exige repensar completamente os
conceitos.
Não
se trata apenas de transferir nossa atividade do mundo analógico
para o digital. O recente surgimento de bloqueadores de publicidade
digital são uma prova disso. E isso se dá porque há uma recusa da
publicidade tradicional, que se combina com uma cultura de gratuidade
na rede, tornando ainda mais difícil nossa atividade.
Essas
mudanças vão acontecer, queiramos ou não. É inútil lamentar os
seus efeitos devastadores sobre a indústria da comunicação no
Brasil. É preciso entender e re-entender todos os dias a sua
dinâmica para que possamos nos reinventar como agência, sempre.
Mudar ou mudar, essa é a chave do nosso futuro.