sexta-feira, 11 de maio de 2018

Mude ou mude





Estamos sob o efeito devastador da internacionalização e da concentração econômica combinadas com as novas tecnologias, em particular o papel das redes sociais, em nosso negócio. Vimos fazendo ajustes no projeto da agência, e temos conseguido realizar a nossa transformação digital acompanhando e conduzindo este processo junto de nossos clientes.

Num quadro de fechamento e venda das velhas agências, vimos crescendo e nos consolidando num mercado em crise. Isso, entretanto, não quer dizer que vencemos a batalha e a nossa sobrevivência esteja garantida.

Temos encontrado dificuldades recorrentes, em particular no mercado privado, onde nossas investidas têm trazido pouco retorno.

Também nossos esforços no terreno digital têm sido de avanços e recuos frequentes. É uma área extremamente dinâmica, onde planos e estratégias parecem às vezes não funcionar. Onde, olhando para as iniciativas múltiplas que surgem e morrem, quase nada dá certo.

Pior: a mudança da comunicação recém começou. E o quadro é muito confuso. O crescimento do digital sobre o analógico é constante e crescente. E agora do móbile sobre o desktop é avassalador.

A maioria das pessoas, principalmente as mais jovens, hoje consome informação de outros modos e tem uma relação com a publicidade e a comunicação diferente. Tudo isso exige repensar completamente os conceitos.

Não se trata apenas de transferir nossa atividade do mundo analógico para o digital. O recente surgimento de bloqueadores de publicidade digital são uma prova disso. E isso se dá porque há uma recusa da publicidade tradicional, que se combina com uma cultura de gratuidade na rede, tornando ainda mais difícil nossa atividade.

Essas mudanças vão acontecer, queiramos ou não. É inútil lamentar os seus efeitos devastadores sobre a indústria da comunicação no Brasil. É preciso entender e re-entender todos os dias a sua dinâmica para que possamos nos reinventar como agência, sempre. Mudar ou mudar, essa é a chave do nosso futuro.